carta de David Ellison promete US$ 30 por ação, prazos mais rápidos e financiamento “à prova d’água”.
A carta da Paramount à WBD saiu hoje e pede que os investidores apoiem a proposta de US$ 30 por ação, toda em dinheiro, como alternativa “superior” ao acordo da companhia com a Netflix. Assinada por David Ellison, o texto afirma que a transação da Paramount teria execução mais rápida e menos incertezas regulatórias, e que o financiamento está totalmente comprometido.
O que a carta diz
Ellison afirma que a oferta não depende de condição de financiamento e detalha os recursos: US$ 41 bi em equity (com backstop da família Ellison e da RedBird Capital) e US$ 54 bi em dívida (Bank of America, Citi e Apollo). A Paramount também orienta os acionistas a tender suas ações imediatamente; o processo fica aberto por pelo menos 20 dias úteis, com a WBD devendo responder via 14D-9 em até 10 dias úteis. A carta ainda marca 8 de janeiro de 2026, 17h (NY) como prazo atual para expiração do tender.
Como fica o acordo da Netflix
Na semana passada, a Netflix anunciou acordo para comprar os estúdios e o streaming da WBD por US$ 27,75 por ação (mix de dinheiro + ações), avaliando o equity em ~US$ 72 bi (ou US$ 82,7 bi com dívida). O fechamento está condicionado ao spin-off da unidade Discovery Global, previsto para antes da conclusão — hoje estimada após o terceiro trimestre de 2026.
O próximo passo
A WBD confirmou que recebeu a oferta hostil da Paramount e disse que vai analisá-la, sem mudar por ora a recomendação pró-Netflix. Para prevalecer, a proposta da Paramount requer maioria das ações tendered, aprovações regulatórias e a rescisão do acordo com a Netflix. Em paralelo, Ellison insiste que sua alternativa entrega mais valor em caixa e maior certeza de execução do que a combinação com a Netflix.
Por que importa
Disputa define a arquitetura do entretenimento: catálogo, janelas e impacto nos lançamentos de cinema.
Caso Netflix avance, reguladores podem reavaliar concentração no streaming; o contraponto da Paramount mantém o jogo aberto.
Para o público, decisões afetam preços, disponibilidade e o que entra (ou sai) da Netflix.

