CEO da Disney fala em “pricing leverage” e mira impacto ao consumidor.
Bob Iger Netflix voltou ao centro do debate sobre consolidação no entretenimento. Em entrevista à CNBC, o CEO da Disney disse que um acordo que leve os estúdios e operações de streaming da Warner Bros. para a Netflix pode dar à rival uma “pricing leverage” — poder de preço — que “talvez não seja saudável” para o público. Ele também afirmou que a Disney ainda não decidiu se vai “tomar posição” nessa disputa.
O que ele disse
Iger resumiu a preocupação: reguladores deveriam olhar primeiro para o efeito no consumidor. A junção de catálogos e assinaturas em escala global, argumenta, pode criar margem para reajustes e menos alternativas de escolha. O executivo evitou escolher lado entre as ofertas na mesa e manteve o foco em competição, preço e pluralidade.
Para quem acompanha o noticiário de streaming, o ponto é sensível: com pressões de custo e busca por lucro, plataformas vêm reajustando planos e reorganizando bibliotecas. Sinal amarelo ligado para quem assina, mas também para quem produz.
O cenário do negócio
A fala chega no calor de uma corrida por ativos da Warner Bros. que colocou a Netflix em conversas exclusivas e tirou do modo silencioso outras interessadas, como a Paramount/Skydance, que tenta virar o jogo com contrapropostas agressivas. Em Wall Street, a possibilidade de um “mega combo” Netflix–Warner reacendeu debates antitruste e dúvidas sobre endividamento, sinergias e prazos de aprovação.
Para o mercado brasileiro, o impacto seria imediato no cardápio de séries e filmes — e possivelmente nos preços — de quem hoje assina os serviços envolvidos. Seguiremos monitorando na editoria de tudo sobre Netflix e nos nossos guias de lançamentos de cinema.
Por que importa
Consumidor pode enfrentar menos opções e reajustes mais frequentes.
Autoridades antitruste dos EUA e de outros mercados tendem a escrutinar o negócio.
Reposiciona rivais (Disney, Amazon, Paramount) e pode redesenhar janelas de conteúdo.

